Novas variedades são opções para diversificação de pastagem

Panicum

Entre as novidades para bovinocultura apresentadas na Tecnoshow, destacamos quatro variedades de capim, sendo duas braquiárias e outras duas do gênero Panicum.

Não ter variedade de pastagem na propriedade não é um bom negócio. Afinal, se uma praga ataca, toda a pastagem pode ser comprometida. Quanto maior a variedade de material genético, ou seja, quanto mais diversificada for a pastagem, melhor para o produtor. Por isso, selecionamos algumas novidades em pastagens, com diferentes características e indicações: Zuri e Paiaguás, desenvolvidos pela Embrapa, e Paredão e Braúna, da Matsuda.

Paiaguás e Braúna são cultivares de Brachiaria brizantha, a mesma espécie do conhecido braquiarão (cultivar marandu). Segundo dados fornecidos pela Embrapa e pela Matsuda, a produção anual de matéria seca das variedades é de 8 a 14 toneladas por hectare. Por outro lado, Zuri e Paredão, que são do gênero Panicum, produzem praticamente o dobro.

A principal vantagem de Paiaguás e Braúna está na melhor distribuição da produção de forragem entre as estações do ano. Segundo a Matsuda, a Braúna produz 40% da forragem anual no período de seca e 60% no período chuvoso. Já a Embrapa avaliou que a Paiaguás proporciona maior ganho de peso pelos animais quando comparada a outras braquiárias, e essa diferença é ainda maior no período de estiagem.

Em uma conversa com o veterinário do IF Goiano, Tiago Paim, ele explicou que, por não sofrerem tanta interferência da seca, as duas variedades são boas opções para integração lavoura-pecuária, como alternativas mais produtivas que a Brachiaria ruziziensis. “Tanto Paiaguás quanto Braúna podem ser plantadas em fevereiro/março para produção de forragem ou palhada para plantio direto”, explica. O plantio das pastagens na safrinha pode ser também consorciado, por exemplo, com milho ou milheto. É importante dizer ainda que ambas apresentam boa dessecação com baixas doses de glifosato.

O principal problema, porém, é que Paiaguás e Braúna são bastante suscetíveis ao ataque de cigarrinhas. Segundo o veterinário, “se essa praga for comum na região, essas cultivares não devem ser usadas”. Por outro lado, “isso não é um problema quando utilizadas para pastejo no inverno, como ocorre no sistema de integração lavoura-pecuária, porque o ataque de cigarrinha acontece principalmente durante o período chuvoso”, analisa o veterinário.

Sistema intensivo rotacionado

Tolerância às cigarrinhas, aliás, é a principal novidade da pastagem desenvolvida pela Matsuda, o Paredão (MG12). Na bainha da planta, existem joçais, que são parecidos com pelos, e que diminuem os ataques desses insetos, um problema que tem causado dor de cabeça para quem trabalha com mombaça.

Outra vantagem do Paredão é a alta produtividade de matéria seca, 30 toneladas por hectare, segundo a Matsuda. Porém, assim como o capim mombaça, essa variedade requer mais cuidados no manejo.

A inovação do Zuri, da Embrapa, está na resistência a um fungo que causa manchas nas folhas e que tem causado danos em outras variedades de Panicum maximum, como os capins tanzânia e mombaça. Segundo a empresa, a produtividade de matéria seca pelo Zuri é, em média, de 22 toneladas por hectare, similar ao tanzânia.

Na avaliação do veterinário, assim como mombaça e tanzânia, Paredão e Zuri são boas opções para gado de leite no sistema intensivo rotacionado, porque apresentam bons teores de proteína bruta, entre 11 e 15%. “Para uma boa produção de leite, é essencial que o teor de proteína bruta seja a partir de 12%”, conclui.


Este material não substitui o conhecimento especializado. Consulte sempre um engenheiro agrônomo, zootecnista, médico veterinário ou técnico agropecuário.
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